Era uma vez um menino que sonhava ser jogador de futebol. Ele não queria só jogar. Queria viver o futebol. Sentia que ali, entre chuteiras sujas de barro e traves improvisadas com chinelos na areia, estava o coração dele.
Vieram os anos. Vieram os treinos. Vieram os campos tradicionais de Santos, as peladas na várzea, os "contras" na praia. Vieram os festivais, as viagens, os testes — ou como chamavam naquela época, as peneiras. Veio o suor, a esperança, os “quase”. Mas o sonho de ser atleta profissional não se concretizou. E quando muitos poderiam ter desistido ou virado a página, aquele menino olhou para o futebol com outros olhos. Com os mesmos olhos apaixonados de sempre.

Decidiu então mudar o uniforme, mas não o campo. Partiu para o jornalismo. Queria seguir dentro do futebol, ainda que por uma nova trilha. E foi. Microfone na mão, caneta no bolso, gravador no peito. Trabalhou em produção de rádio e TV, foi plantonista em transmissões, encarou assessorias. Sempre "jogando" dentro da área esportiva. Sempre com alma de camisa 10.
Mas um novo chamado surgiu — um chamado que vinha do olhar. O olhar que antes buscava o gol, agora buscava a imagem perfeita. E foi na fotografia que esse menino — agora homem — encontrou seu lugar. Um lugar onde poderia eternizar aquilo que sempre amou: o futebol.

Como fotógrafo esportivo, seu objetivo era claro: registrar não apenas jogadas, mas legados. Não apenas atletas, mas histórias. Capturar o suor, a emoção, o instante exato em que o tempo congela e a eternidade acontece. Fotografar com alma. Com sentimento. Com verdade.

E assim vieram os "gols" — não em campos, mas em imagens. Cada clique, um passe de mestre. Cada retrato, um gol de placa. Veio o reconhecimento dos atletas, o carinho dos torcedores, o respeito da imprensa. Vieram as publicações. Os prêmios. O destaque.
E agora, mais um desses gols foi marcado. Ou melhor: três. Um verdadeiro hat-trick. Três retratos assinados e eternizados nas páginas da biografia de uma das maiores lendas do futebol mundial: José Macia, o eterno Canhão da Vila, o inesquecível Pepe.
Sim, aquele menino sonhador, que começou chutando bola na areia, hoje tem seu próprio legado cravado na história do futebol. Porque de tanto registrar legados, agora tem o seu também eternizado. Uma prova viva de que vale a pena acreditar. De que fé, resiliência e trabalho feito com verdade sempre encontram um caminho. De que há muitas formas de viver um sonho, mesmo que ele mude de roupa no meio do jogo.
Essa é mais que uma história. É um convite. Um lembrete para cada atleta, para cada fã, para cada apaixonado por esporte e por imagem: não deixe de acreditar no seu jeito de viver o que ama. Porque quando você coloca alma no que faz, o mundo sente. E retribui.
Prazer,
Dennis Calçada — fotógrafo de legados.
E o jogo… ainda está só começando.
